Hoje trago-vos uma história real que aconteceu nos Estados Unidos da América durante 40 anos, entre 1932 e 1972,1 que choca pela sua crueldade.
Em Macon County, no Alabama, o instituto Tuskegee decidiu fazer um estudo para ver a progressão natural da sífilis na população negra. Para tal escolheram 600 homens negros para participar no estudo e decidiram chamar-lhe "Tuskegee Study of Untreated Syphilis in the Negro Male"2 .
"o estudo que poderia ter sido parado por diversas entidades após a descoberta da penicilina continuou. "
Fonte: CDC |
Em 1932, o tratamento da sífilis consistia em mercúrio e arsénio, porém 10 anos após o início do estudo, a penicilina surgiu como forma de tratamento da doença e 5 anos após a descoberta, a penicilina estava ao alcance de todos. Nenhum dos participantes foi tratado com penicilina. 5
Em 1974, um acordo com as vítimas levou a que fosse pago o valor de 10 milhões de dólares e em 1997, Bill Clinton, o presidente da altura, pediu desculpa formalmente. O ultimo participante do estudo morreu em 2004. 4
O contexto da época mergulhando em racismo científico não ajudou em nada, o estudo que poderia ter sido parado por diversas entidades após a descoberta da penicilina continuou. 2
Este é um dos exemplos do pior do que autoridades públicas podem fazer. A memória colectiva destes casos agem como um factor de desconfiança e são apontados muitas vezes como razões pelas quais a população não participa em pesquisas médicas ou evitam campanhas públicas de saúde.5
Felizmente, hoje em dia tal estudo seria impensável.
Fontes:
1. https://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI331183-17770,00-TEORIAS+DA+CONSPIRACAO+ABSURDAS+MAS+QUE+SE+MOSTRARAM+REAIS.html
2. https://www.mcgill.ca/oss/article/history/40-years-human-experimentation-america-tuskegee-study
3. https://pt.wikipedia.org/wiki/Estudo_da_S%C3%ADfilis_n%C3%A3o_Tratada_de_Tuskegee
4. https://www.cdc.gov/tuskegee/timeline.htm
5. https://apnews.com/article/business-science-health-race-and-ethnicity-syphilis-e9dd07eaa4e74052878a68132cd3803a
Comentários
Enviar um comentário